A velhice é uma etapa natural da vida que traz consigo uma série de experiências e desafios tanto para homens como para mulheres. No entanto, a velhice da mulher muitas vezes depara com estigmas e preconceitos específicos.
Neste artigo, discutiremos os principais aspectos relacionados à velhice da mulher. Em primeiro lugar exploraremos os desafios da beleza e a padronização estética. Em segundo lugar, enfocaremos a diferença entre a velhice do homem e da mulher na visão da sociedade. Na sequência, veremos as conquistas e oportunidades do envelhecimento feminino. Para concluir, destacaremos a necessidade de valorizar e respeitar a sabedoria adquirida ao longo dos anos, independente do gênero do idoso.
Os Desafios da Beleza e Padronização
Os desafios da beleza e padronização estética para mulheres idosas são muitos e complexos. As expectativas sociais criam um cenário em que elas precisam se esforçar para manter uma aparência jovem e atraente. A mídia, muitas vezes, retrata a velhice como algo a ser evitado e disfarçado, em vez de celebrado e enaltecido. Assim, temos um reflexo negativo na autoestima e na qualidade de vida das mulheres idosas. Por conseguinte, muitas vezes as idosas sofrem com o preconceito e a falta de valorização de sua experiência e sabedoria.
Os estereótipos que associam a beleza feminina à juventude não são factuais nem realistas, mas persistem na sociedade atual. Certamente, isso leva muitas mulheres idosas a se sentirem inseguras em relação a sua aparência ou mesmo invisíveis na sociedade. Como resultado, essa pressão estética pode impactar a autoconfiança das mulheres idosas, que acabam se comparando com padrões que não correspondem a sua realidade.
No entanto, é importante ressaltar que a beleza é algo subjetivo e está diretamente relacionada à autoestima e à aceitação de si mesma. Dessa forma, valorizar a beleza natural e a individualidade é fundamental para que as mulheres idosas possam se sentir bem consigo mesmas. Além disso, a mídia e a sociedade precisam rever seus valores e enxergar a beleza em todas as idades. Para começar, a propria importância da beleza estética deve ser questionada. As mulheres idosas têm tanta beleza quanto qualquer outra pessoa. Suas rugas e cabelos brancos podem ser encarados como sinais de vida e de experiências valiosas. Trata-se de um outro tipo de beleza.
De acordo com tal visão, a velhice pode ser uma oportunidade para explorar novas formas de beleza e autoestima, que não dependam de padrões estéticos impostos pela sociedade. Os cuidados com a pele, cabelo, alimentação e exercícios são importantes para a saúde e bem-estar das mulheres idosas, bem como para todos os seres humanos. No entanto devemos respeitar as demandas de cada corpo. A beleza mais radiante vem da autoconfiança, da autoaceitação e do amor próprio, que devem ser cultivados ao longo de toda a vida.
Diferenças da velhice da mulher e do homem
Vários fatores podem influenciar as diferenças entre as experiências de envelhecimento de homens e mulheres na sociedade. É importante notar que essas diferenças não são universais e podem variar dependendo dos contextos culturais e sociais.
De fato, uma das diferenças está no conceito de “feminização do envelhecimento“, que se refere às mulheres com maior expectativa de vida em comparação aos homens, mas também enfrentando maiores vulnerabilidades físicas e sociais na velhice. Estudos demonstraram que as mulheres tendem a viver mais do que os homens, mas podem ter mais problemas de saúde e enfrentar níveis mais altos de fragilidade. Isso pode ser atribuído a uma combinação de fatores biológicos, sociais e econômicos.
Além disso, as normas sociais e os papéis de gênero também podem desempenhar uma função na formação das experiências de envelhecimento para homens e mulheres. Com efeito, historicamente, as mulheres frequentemente assumem funções de cuidadoras nas famílias e comunidades. Tal fato pode impactar seu próprio processo de envelhecimento. Assim, as mulheres estão mais dispostas a lidar com questões relacionadas ao fato de atuarem como cuidadoras, muitas vezes às custas de seu próprio bem-estar e estabilidade financeira. Por outro lado, embora os homens tenham desfrutado tradicionalmente de certos privilégios e vantagens na sociedade, eles também podem enfrentar desafios específicos associados ao envelhecimento, como manter um senso de identidade e propósito após a aposentadoria.
No entanto, é crucial reconhecer que essas diferenças não são fixas e podem variar com base em circunstâncias individuais e mudanças sociais. E, sem dúvida, os esforços para abordar essas diferenças e promover a igualdade nas experiências de envelhecimento são importantes para criar uma sociedade mais inclusiva para todos os indivíduos.
As Conquistas e Oportunidades na Velhice da Mulher
Com relação à velhice das mulheres, houve significativas conquistas e oportunidades nas últimas décadas, impulsionadas por mudanças sociais, legislativas e culturais. Algumas das conquistas e oportunidades específicas são:
- Avanços na igualdade de gênero: Em virtude do movimento feminista e da luta por igualdade de gênero, temos observado uma redução das desigualdades entre homens e mulheres em diversas áreas, sobretudo no campo profissional e nos direitos civis.
- Participação no mercado de trabalho: As mulheres idosas têm mais oportunidades de continuar trabalhando ou retornar ao mercado de trabalho, especialmente devido a mudanças nas políticas de aposentadoria, bem como em atitudes sociais em relação ao trabalho das mulheres.
- Empreendedorismo: Muitas mulheres idosas têm aproveitado a oportunidade de empreender e iniciar seus próprios negócios. Assim elas podem utilizar suas habilidades e experiências acumuladas ao longo dos anos.
- Acesso à educação: As oportunidades educacionais para mulheres idosas têm aumentado, permitindo, de fato, que elas continuem a aprender e se desenvolver em várias áreas do conhecimento.
- Saúde e bem-estar: Em virtude do avanço da medicina e o acesso a informações sobre saúde, as mulheres idosas têm mais chances de viver uma vida saudável e ativa, com cuidados médicos apropriados e programas de bem-estar adaptados a essa faixa etária.
- Luta contra o ageísmo: O ageísmo é a discriminação baseada na idade. Precisamos combatê-lo, e, como resultado, teremos o reconhecimento do valor e da contribuição das mulheres idosas na sociedade.
- Redefinição do conceito de envelhecimento: Mulheres idosas têm rompido com estereótipos tradicionais de beleza e juventude, desafiando normas culturais e mostrando que o envelhecimento pode ser uma fase positiva e produtiva da vida.
- Participação na vida política e cívica: As mulheres idosas têm se envolvido cada vez mais na política, não só através do voto, mas também através do ativismo social e nas lutas por causas que são importantes para elas e para a sociedade.
- Maior conscientização sobre questões de gênero na velhice: Com toda a certeza, há uma crescente atenção para as necessidades específicas das mulheres idosas, incluindo a prevenção e enfrentamento da violência de gênero na terceira idade.
Conclusão
Essas conquistas e oportunidades refletem um progresso significativo na valorização das mulheres idosas na sociedade atual. No entanto, é importante destacar que ainda temos que enfrentar desafios, como a garantia de igualdade salarial, o combate à violência contra as mulheres, especialmente as idosas, e a promoção de uma cultura inclusiva e respeitosa em relação ao envelhecimento feminino.
Devemos celebrar e valorizar a velhice da mulher. Superar os desafios da beleza e aproveitar as conquistas e oportunidades são aspectos fundamentais para uma vivência plena e satisfatória. É necessário desconstruir estereótipos e valorizar a sabedoria proporcionada pelos anos vividos. As mulheres idosas são uma fonte inestimável de conhecimento e experiência, e cabe a todos nós garantir que sua voz seja ouvida e suas contribuições sejam reconhecidas e valorizadas. Juntos, podemos criar uma sociedade mais inclusiva e respeitosa com todas as idades.
Palavras-chave: Velhice da Mulher, Diferenças da velhice do homem e da mulher
Escrito por Rosilene Dias Pimenta – Bacharel em Filosofia pela UnB