Burnout: saiba o que é e como evitar

Entendendo o burnout: O chamado estresse profissional

Em uma sociedade onde a pressão por alta produtividade e o constante ritmo acelerado se tornaram a norma, o burnout emergiu como um fenômeno preocupante no campo da saúde mental.

Estudos demonstram que o burnout acomete com maior incidência os profissionais que mantêm uma relação constante e direta com outras pessoas, como é o caso de professores, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, policiais, bombeiros, etc.

No entanto, nos dias atuais essa doença mental vem ocorrendo em diversos tipos de organizações e atividades profissionais.

Burnout
Fonte: Freepik

A síndrome de burnout, também conhecida como esgotamento profissional, é um estado de exaustão física, emocional e mental resultante de um estresse prolongado e intenso no ambiente de trabalho. É mais do que apenas se sentir cansado após um longo dia de atividades, pois é uma condição que pode ter efeitos profundos na saúde mental e emocional de uma pessoa.

De acordo com o Centro de Pesquisa Humanitária e Social (INSAMER), o termo ‘burnout’, foi usado pela primeira vez em 1969 por H. Bradley; e então o psicólogo americano Herbert Freudenberger definiu o burnout como um estado de fadiga ou frustração, resultante de relacionamentos profissionais que não produziram as recompensas esperadas. Para ler mais clique aqui.

Os sintomas do burnout podem variar, mas geralmente incluem uma sensação persistente de esgotamento, não apenas físico, como também, emocional. As pessoas que estão passando por uma situação de burnout, muitas vezes sentem que estão ficando sem energia e motivação. Além disso, elas podem se tornar desinteressadas e desapegadas em relação ao trabalho, aos colegas e tarefas que costumavam ser significativas.

O burnout também pode afetar a capacidade de concentração e a produtividade no trabalho. Por isso, as pessoas podem se sentir menos capazes de lidar com situações estressantes e podem ter uma visão negativa de si mesmas e de suas realizações.

As causas do burnout muitas vezes estão ligadas a um ambiente de trabalho excessivamente demandante, com cargas horárias extensas, prazos apertados e pressões constantes. Além disso, ambientes de trabalho tóxicos, falta de apoio e reconhecimento também podem contribuir para o desenvolvimento dessa doença emocional.

Identificando sintomas e sinais de alerta

Os principais sintomas do burnout são indicadores cruciais para reconhecer que alguém pode estar enfrentando esgotamento físico e emocional, devido a um estresse crônico e intenso, geralmente no ambiente de trabalho. Vejamos os principais sinais de alerta:

1. Exaustão física e mental: A sensação de esgotamento é uma marca registrada do burnout. As pessoas que estão passando por isso muitas vezes relatam uma fadiga persistente e avassaladora que não é aliviada pelo descanso. Além disso, ocorrem alterações do sono.

2. Despersonalização: A despersonalização é quando alguém começa a se distanciar emocionalmente das pessoas ao seu redor, incluindo colegas de trabalho, amigos e familiares. Certamente, as pessoas podem se sentir desconectadas.

3. Diminuição da realização pessoal: Outra característica do burnout é a diminuição da sensação de realização pessoal. As conquistas que antes traziam satisfação, agora, não só parecem insignificantes bem como até mesmo irrelevantes.

4. Dificuldade de concentração: O burnout pode afetar a capacidade de concentração e foco. Dessa forma, tarefas que antes eram executadas com facilidade podem se tornar desafiadoras, devido à dificuldade em manter a atenção e o interesse.

5. Mudanças de comportamento e humor: Pessoas com burnout podem experimentar alterações no comportamento e no humor. Além disso, a irritabilidade, impaciência, ansiedade e até mesmo sintomas de depressão podem surgir.

6. Queda no desempenho profissional: O burnout pode influenciar negativamente o desempenho no trabalho, e por isso a produtividade pode diminuir, os prazos podem ser perdidos e a qualidade do trabalho pode ser afetada.

Reconhecer esses sintomas é o primeiro passo para enfrentar o burnout. Se esses sinais estão presentes em sua vida ou na de alguém que você conhece, é importante buscar ajuda, seja conversando com um profissional de saúde mental, ou fazendo mudanças no estilo de vida para reduzir o estresse e promover o autocuidado.

Explorando as origens do burnout no ambiente de trabalho

As origens do burnout no ambiente de trabalho são complexas e muitas vezes resultam de uma combinação de fatores que contribuem para um nível crônico e elevado de estresse. A seguir, destacamos alguns fatores de risco:

1. Sobrecarga de trabalho: Essa é uma das principais causas do burnout. Quando os empregados enfrentam constantemente volumes excessivos de tarefas, prazos apertados e expectativas irreais, isso pode levar a um esgotamento físico e emocional.

2. Falta de autonomia: A falta de autonomia e controles exagerados sobre as tarefas e decisões no trabalho também podem contribuir para o burnout. Quando os indivíduos sentem que não têm poder para tomar decisões que afetam seu trabalho e carreira, isso pode levar a sentimento de frustração e causar desequilíbrio emocional.

3. Ambiente de trabalho tóxico: Ambientes onde há conflitos interpessoais mal resolvidos, competição desleal, assédio ou falta de apoio, podem desgastar emocionalmente os colaboradores. Assim sendo, a falta de um suporte adequado por parte dos colegas e supervisores pode aumentar o risco de desenvolver o burnout.

4. Desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal: A incapacidade de encontrar um equilíbrio saudável entre as demandas do trabalho e as necessidades pessoais, pode ser um fator de risco significativo para o burnout. Quando o trabalho consome a maior parte do tempo e da energia de alguém, outras áreas da vida podem ser negligenciadas, causando, assim, estresse adicional.

5. Falta de reconhecimento e recompensas insatisfatórias: A ausência de reconhecimento pelo trabalho árduo e impossibilidade de realizações pessoais podem minar a motivação e a satisfação dos trabalhadores. Da mesma forma, recompensas tangíveis ou intangíveis em níveis insatisfatórios podem gerar sentimentos de desvalorização e desânimo.

6. Forte pressão de clientes, pacientes ou da comunidade: A pressão permanente de clientes em determinadas organizações, ou de pacientes nas áreas de saúde, bem como da comunidade em situações de risco ou catástrofes, pode causar sérios danos à saúde de pessoas que atuam nas áreas de ensino, saúde, segurança e outras.

Reconhecer a existência de fatores geradores do burnout no local de trabalho é crucial, para criar estratégias de prevenção da doença e promoção da saúde mental nas organizações.

Uma vez que as causas subjacentes do burnout forem abordadas e enfrentadas, é possível criar ambientes de trabalho mais sadios e sustentáveis, promovendo o bem-estar e melhorando os níveis de satisfação de todos os colaboradores.

Estratégias de prevenção e autocuidado

Prevenir o burnout envolve estabelecer limites saudáveis, praticar o autocuidado, buscar apoio social e profissional, além de aprender a gerenciar o estresse de maneira eficaz.

Reconhecer os sinais precoces e agir para reduzir o estresse e o esgotamento é fundamental para manter a saúde mental e o bem-estar ao longo do tempo. Assim, as ações listadas a seguir podem contribuir para a prevenção do burnout:

1. Estabeleça limites claros: Defina limites de tempo e dedicação para o trabalho e a vida pessoal. Portanto, reserve tempo para relaxar, desconectar e se envolver em atividades que trazem prazer e relaxamento.

2. Pratique o autocuidado: Tire um tempo para cuidar de si mesmo. Isso pode envolver a prática regular de exercícios físicos, esportes, caminhadas, meditação, leitura, hobbies bem como outras atividades que promovam o relaxamento e o bem-estar.

3. Gerencie o estresse: Desenvolva estratégias eficazes para gerenciar o estresse. Perceba sinais de abusos e exageros na carga de trabalho e níveis de exigências que extrapolam o bom senso e os limites pré-estabelecidos. Desenvolva estratégias e métodos de trabalho que garantam a produtividade e qualidade da sua produção. E ao mesmo tempo, mantenha-se vigilante sobre as tarefas de autocuidado.

4. Busque apoio social: Mantenha conexões sociais significativas com amigos, familiares e colegas. Conversar sobre seus sentimentos e desafios com pessoas do círculo familiar ou com amigos, sem dúvida pode resultar em novas perspectivas e manter o equilíbrio emocional.

5. Estabeleça prioridades: Avalie suas atividades e responsabilidades. Nesse sentido, identifique o que é realmente importante e aprenda a dizer não a tarefas excessivas ou que não estejam alinhadas com o seu cargo.

6. Tire férias e tempo de descanso: Aproveite as férias regulares e demais períodos de descanso. Desconectar-se do trabalho é fundamental para recarregar as energias e evitar o esgotamento.

7. Desenvolva habilidades de resiliência: Trabalhe na construção de resiliência emocional. Isso envolve a capacidade de se adaptar às adversidades, recuperar-se de situações estressantes e superar desafios de maneira saudável.

8. Busque ajuda profissional: Se você sentir que está lutando para manter o equilíbrio e prevenir o burnout, mas os esforços não estão surtindo o efeito desejado, considere buscar a ajuda de um profissional de saúde mental. Terapia e aconselhamento podem fornecer recursos valiosos para lidar com o estresse e promover o bem-estar.

O autocuidado não é um luxo, mas uma necessidade para manter a vida saudável e equilibrada. Ao adotar práticas regulares de prevenção e autocuidado, você pode fortalecer sua capacidade de lidar com os desafios do trabalho e da vida em geral, evitando assim o desgaste emocional do burnout. Lembre-se de que cuidar de si mesmo é um investimento em sua saúde mental que gera benefícios para o futuro.

Recuperação do burnout: Passos para a restauração da saúde mental e bem-estar

A recuperação do burnout é um processo gradual que envolve o comprometimento ativo com a saúde mental e o bem-estar emocional. E mais, o esgotamento requer reconhecimento, aceitação e a implementação de estratégias eficazes para restaurar o equilíbrio e a vitalidade. Veja a seguir:

1. Aceite e reconheça: O primeiro passo na recuperação do burnout é aceitar a situação e reconhecer que você está enfrentando um desafio emocional. Não se culpe pela situação, pois o burnout é uma resposta comum a um ambiente de trabalho estressante.

2. Tire tempo para descansar: Descansar é fundamental para a recuperação. Dessa forma, permita-se pausas regulares, noites de sono adequadas e momentos de relaxamento. Isso ajudará a restaurar sua energia física e mental.

3. Reavalie prioridades: Use esse período como uma oportunidade para reavaliar suas prioridades e valores. Identifique o que é realmente importante para você e como você pode integrar esses aspectos em sua vida diária.

4. Estabeleça limites: Ao voltar às atividades, estabeleça limites claros para evitar o excesso de trabalho. Assim, comunique suas necessidades e assegure que suas responsabilidades sejam realistas e gerenciáveis.

5. Pratique autocuidado: Integre o autocuidado em sua rotina diária. Engaje-se em atividades que trazem prazer e relaxamento, como exercícios físicos, meditação, leitura e passatempos.

6. Busque apoio profissional: Se necessário, busque ajuda de um profissional, pois existem diversos tipos de terapias que pode fornecer ferramentas e orientação para lidar com os desafios emocionais e desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento.

7. Defina metas realistas: À medida que você se recupera, defina metas realistas e alcançáveis. Isso pode envolver a divisão de tarefas em etapas menores e celebrar suas conquistas ao longo do caminho. No entanto, cada caso é único e você deverá fazer adaptações à sua situação pessoal.

8. Cultive resiliência: A recuperação do burnout fortalecerá sua resiliência emocional. Primeiramente, aprenda com a experiência e desenvolva habilidades para lidar com o estresse para, em seguida, adotar uma abordagem positiva diante dos desafios.

Em síntese, a recuperação do burnout é um processo individual e único. Dê a si mesmo tempo e espaço para se curar. Ao abraçar estratégias de autocuidado, buscar apoio e implementar mudanças saudáveis em sua vida, você estará no caminho certo para a restauração de sua saúde mental e bem-estar emocional.

Cultivar boa saúde e zelar pelo bem-estar individual deve, certamente, ser um princípio balizador do propósito maior de qualquer pessoa. Para saber mais leia o artigo: O sentido da vida: Reflexões e inquietações.

Conclusão

Inegavelmente, o burnout é um desafio significativo que impacta a saúde mental e o bem-estar dos indivíduos. Identificar os sinais precoces, compreender suas causas e implementar estratégias de prevenção são passos vitais para enfrentar esse problema crescente. Por isso, a saúde mental e emocional deve ser uma meta tanto para os próprios indivíduos quanto para as empresas e organizações, garantindo ambientes de trabalho saudáveis e sustentáveis.

Por fim, ao abordar o burnout de maneira proativa, podemos aspirar a um futuro em que o equilíbrio entre produtividade e bem-estar seja alcançado de forma harmoniosa.

Quer saber mais, leia: Síndrome de burnout

Palavras-chaves: burnout, estresse profissional

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