Depressão: conheça os sinais e saiba como tratar

Este artigo tem o propósito de expor alguns dados preocupantes sobre a depressão no Brasil, com o objetivo de sensibilizar pessoas sobre as ameaças que esses transtornos mentais representam para a população em geral.

Depressão
Fonte: Free

Dados alarmantes sobre a depressão

De acordo com dados da OMS – Organização Mundial da Saúde, o Brasil lidera o ranking de pessoas com ansiedade e depressão na América Latina, com um total estimado em 19 milhões de pessoas. Além disso, em nível mundial estima-se um contingente de 720 milhões de portadores desses transtornos mentais.

Surpreendentemente, num dado realmente alarmante, mais de 800 mil pessoas se suicidam anualmente, pelos efeitos da depressão.

Ainda de acordo com dados da OMS, estima-se que nos próximos 20 anos a depressão deverá se tornar a doença mais comum do mundo, superando outros problemas de saúde como câncer e doenças cardíacas.

Além disso, a OMS prevê que a depressão, no futuro, será a doença que mais gerará custos sociais e econômicos para os governos, devido aos gastos com saúde pública e perdas de produção.

Para a OMS, os países pobres e em desenvolvimento são os que mais deverão sofrer, uma vez que são os que registram maior número de casos de depressão, em comparação com países desenvolvidos.

De acordo com o médico Shekhar Saxena, do Departamento de Saúde Mental da OMS, a depressão é mais comum do que outras doenças que são mais temidas pela população, como a Aids ou o câncer.

Alguns sinais e sintomas que devem ser observados como alerta

Reconhecer os sinais e sintomas da depressão não só é um passo crucial para identificar precocemente essa situação como também para buscar ajuda adequada. Ademais, ao compreender os alertas precoces, podemos adotar medidas proativas para enfrentar essa condição de maneira eficaz. Em seguida, vejamos alguns sinais:

  • Humor depressivo, cansaço, desânimo, irritabilidade, ansiedade e angústia;
  • Sinais de tristeza e incapacidade de sentir alegria e prazer com atividades que antes pareciam agradáveis;
  • Indiferença, falta de motivação, desinteresse, apatia, falta de interesse por pessoas que antes eram importantes;
  • Medo, insegurança, falta de esperança e sensação de vazio;
  • Diminuição da libido, baixa energia, desinteresse sexual;
  • Esquecimento, dificuldade de concentração, raciocínio lento, interpretação negativa da realidade;
  • Alteração do sono – insônia, despertar precoce, dificuldade de voltar a dormir quando acorda à noite, ou aumento do sono;
  • Sentimento de culpa, menos valia, falta de sentido para viver, sensação de fracasso e inutilidade, sensação de morte;
  • Alteração de peso – aumento ou diminuição;
  • E ainda, dores nos ombros, má digestão, taquicardia, dor de cabeça, diarreia, sudorese, pressão no peito, sintomas físicos não justificados por exames médicos, tensão na nuca, dores no corpo, fraqueza, falta de disposição para sair de casa e fazer atividades que antes eram prazerosas.

Reconhecer esses alertas precoces é fundamental para buscar ajuda profissional bem como para iniciar o tratamento o mais cedo possível.

Portanto, explorar essas características ilustra o profundo impacto que a depressão pode ter na saúde mental. Dessa forma, é essencial oferecer apoio e tratamento adequados às pessoas que enfrentam essas condições, além de promover a conscientização sobre a importância da saúde mental em nossa sociedade.

Afinal, ao compreender o alcance das ramificações da depressão, podemos trabalhar juntos para criar um ambiente mais compreensivo e apoiador para aqueles que vivenciam essa jornada desafiadora.

Fatores gerais de risco para a depressão

A seguir, algumas ocorrências que podem desencadear processos depressivos:

  • Conflitos sociais, familiares, trabalhistas;
  • Perda de emprego, luto, perdas materiais, falta de dinheiro;
  • Vícios, dependências de drogas e ilícitos;
  • Altos níveis de estresse e tensão;
  • Altos níveis de ansiedade;
  • Ocorrência de outros transtornos;
  • Doenças fisiológicas impactantes – câncer, coração, neurológicas etc.;
  • Traumas e transtornos de ordem psicológica;
  • Disfunções hormonais.

Possíveis causas da depressão

A depressão é uma condição complexa influenciada por uma interação entre fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Por certo, entender as origens dessa condição é fundamental para desenvolver estratégias de prevenção e tratamento eficazes, além de reduzir o estigma associado a ela. Assim, vejamos alguns fatores:

  • Fatores genéticos: estima-se que podem influenciar em até 40% no desenvolvimento da depressão;
  • Substâncias cerebrais: deficiências na produção de elementos neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina, dopamina;
  • Ocorrências no ecossistema de vida: refere-se a eventos relativos ao trabalho, às relações pessoais e à convivência durante toda a vida com tudo o que rodeia o indivíduo.

A depressão não escolhe idade, gênero ou status social., pois ela pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sua situação de vida.

Ainda mais, ela pode ter como origem uma rede complexa de fatores interconectados. Aliás, reconhecer essas origens nos ajuda a entender que a depressão é uma condição legítima e não uma fraqueza pessoal. Além disso, a abordagem mais eficaz envolve tratamento profissional, apoio emocional e a adoção de estratégias de autocuidado.

Além disso, ao desvendar as origens da depressão, podemos promover a conscientização e a compreensão, contribuindo para uma sociedade mais empática em relação às pessoas que enfrentam essa condição desafiadora.

Tratamento e abordagens terapêuticas para a depressão

O tratamento da depressão é uma jornada que visa iluminar a escuridão emocional e restaurar a saúde mental. Felizmente, existem várias abordagens terapêuticas eficazes disponíveis, permitindo que as pessoas encontrem alívio e recuperação, por exemplo:

Terapia cognitivo-comportamental (TCC): A TCC é uma das abordagens terapêuticas mais comuns e eficazes para a depressão. Ela se concentra em identificar padrões de pensamentos negativos e distorcidos e substituí-los por pensamentos mais realistas e saudáveis. Dessa forma, a TCC também ajuda a desenvolver habilidades de enfrentamento para lidar com desafios emocionais.

Terapia interpessoal (TIP): A TIP se concentra nos relacionamentos interpessoais e como eles impactam a saúde mental. Ajuda as pessoas a melhorar a comunicação, resolver conflitos e desenvolver relacionamentos saudáveis. Certamente, isso pode ser especialmente útil para aqueles cuja depressão está afetando seus vínculos sociais.

Terapia psicodinâmica: Essa abordagem explora as origens inconscientes dos sentimentos e comportamentos depressivos. Ajuda a pessoa a entender como eventos passados podem estar influenciando o presente. A terapia psicodinâmica também pode ajudar a identificar padrões repetitivos que contribuem para a depressão.

Medicamentos antidepressivos: Em alguns casos, medicamentos antidepressivos podem ser prescritos por um profissional de saúde mental. Eles trabalham para equilibrar os neurotransmissores no cérebro e podem aliviar os sintomas da depressão. No entanto, é importante lembrar que a medicação deve ser combinada com abordagens terapêuticas para um tratamento mais abrangente.

Terapia de grupo: Participar de grupos terapêuticos com pessoas que enfrentam experiências semelhantes pode oferecer apoio emocional e compartilhamento de estratégias de enfrentamento. A sensação de não estar sozinho nessa jornada pode ser incrivelmente poderosa.

Autocuidado e mudanças no estilo de vida: Além das abordagens terapêuticas, o autocuidado desempenha um papel fundamental na recuperação da depressão. Isso pode envolver a prática regular de exercícios físicos, alimentação saudável, sono adequado, meditação e o engajamento em atividades que trazem prazer.

Ao buscar tratamento e adotar abordagens terapêuticas, as pessoas podem encontrar a luz em meio à escuridão da depressão. É importante lembrar que o tratamento é individualizado e pode envolver uma combinação de abordagens.

A jornada para a recuperação exige paciência e comprometimento, mas com o apoio adequado, é possível superar a depressão e encontrar um caminho para a saúde mental e o bem-estar.

Promovendo a saúde mental: Estratégias de prevenção e autocuidado

A prevenção da depressão envolve a adoção de práticas de autocuidado e a promoção da saúde mental. Manter uma rotina saudável, praticar exercícios físicos regulares, buscar apoio social, desenvolver habilidades de enfrentamento e adotar técnicas de gerenciamento de estresse são algumas das estratégias eficazes. Além disso, educar-se sobre a depressão e buscar ajuda profissional, quando necessário, são passos importantes para manter a saúde mental.

A prevenção da depressão e o autocuidado são pilares fundamentais para manter a saúde mental e enfrentar os desafios emocionais que a vida pode trazer. Sem dúvida, adotar estratégias de promoção da saúde mental, pode construir resiliência e reduzir o risco de desenvolver a depressão. Então, vejamos:

Estabeleça rotinas saudáveis: Manter rotinas regulares pode proporcionar uma sensação de estabilidade e previsibilidade. Garanta uma boa quantidade de sono, alimentação equilibrada e tempo para atividades relaxantes.

Faça exercícios físicos regulares: A atividade física regular está associada a melhorias na saúde mental. O exercício libera endorfinas, neurotransmissores responsáveis pela promoção de sentimentos de bem-estar, portanto, contribuindo para a redução do estresse.

Pratique a mindfulness e a meditação: A atenção plena (mindfulness) e a meditação são técnicas eficazes para acalmar a mente e reduzir a ansiedade. Dedique alguns minutos diários para praticar essas técnicas e cultivar a consciência do presente.

Terapias complementares, alternativas e/ou integrativas – Muitas delas foram institucionalizadas em 2006 e atualmente 29 são oferecidas pelo SUS – Sistema Único de Saúde. Dentre essas estão hipnoterapia, homeopatia, acupuntura, constelação familiar, imposição de mãos e muitas outras.

Estabeleça limites saudáveis: Aprenda a dizer “não” quando necessário e estabeleça limites claros em suas responsabilidades. Evite sobrecarregar-se com tarefas excessivas que possam aumentar o estresse.

Fomentar relacionamentos significativos: Conexões sociais são essenciais para a saúde mental. Mantenha contato com amigos e familiares, participe de atividades sociais e busque apoio emocional quando necessário.

Desenvolva habilidades de enfrentamento: Aprenda a lidar com o estresse e os desafios emocionais de maneira saudável. Isso pode envolver a prática da resolução de problemas, a expressão de emoções e a busca de soluções positivas.

Pratique a autocompaixão: Seja gentil consigo mesmo. Evite autocrítica excessiva e pratique a autocompaixão, tratando-se com a mesma bondade que trataria um amigo.

Procure ajuda profissional: Se você sentir que está lutando para manter sua saúde mental ou se suspeitar de sintomas de depressão, não hesite em procurar ajuda de um profissional de saúde mental. A terapia e o aconselhamento podem fornecer ferramentas valiosas para lidar com o estresse e prevenir a depressão.

Promover a saúde mental e praticar o autocuidado são investimentos essenciais para uma vida plena e equilibrada. Ao adotar essas estratégias, você fortalece sua capacidade de enfrentar os desafios emocionais e reduz o risco de desenvolver a depressão. Lembre-se de que cuidar de sua saúde mental é uma prioridade e um ato de amor próprio.

Para aprender mais sobre a prática de uma vida mais feliz e plena, longe da depressão, leia o artigo: A natureza da felicidade e os mistérios dessa emoção

Conclusão

A depressão é uma condição séria, mas é tratável e pode ser administrada com a abordagem correta. Reconhecer os sinais precoces, entender suas origens, buscar tratamento e promover o autocuidado são etapas vitais para lidar com a depressão. Além disso, criar conscientização em torno da importância da saúde mental e combater o estigma associado à depressão são passos importantes para garantir que todos tenham acesso ao apoio necessário para enfrentar essa condição desafiadora.

Para saber mais clique nos links abaixo:

OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde

Relatório Mundial de Saúde Mental

Palavras-chaves: depressão

Scroll to Top