Introdução:
O envelhecimento é uma parte natural da vida como o artigo O Envelhecimento e seu fluxo natural nos mostrou. Todos nós desejamos envelhecer com qualidade, desfrutando de uma vida plena e saudável. Contudo, esse processo está intimamente relacionado à forma como se percebe o idoso, como se lida com ele no contexto social onde vive e como ele vive a sua vida.
Assim sendo, os desafios e mudanças inerentes ao processo de envelhecimento exigem estratégias e hábitos que podem ajudar na promoção de um envelhecimento saudável e uma qualidade de vida duradoura.
Diante disso, esse artigo explorará algumas dicas essenciais para um envelhecimento com qualidade e bem-estar, tanto do ponto de vista pessoal quando em relação a ações da sociedade.
1. Como a sociedade percebe a velhice
A percepção que se tem do idoso não é única e varia conforme o modo de vida de culturas diversas e os variados contextos sociais. Mas é importante destacar que a visão sobre os idosos está evoluindo gradualmente em muitas sociedades.
Enquanto, para alguns a velhice é frequentemente associada a estereótipos negativos e a uma imagem de fragilidade e dependência, para outros há uma crescente conscientização sobre o valor e as contribuições dos idosos.
Assim, buscando um envelhecimento com qualidade, mostramos, a seguir, algumas perspectivas sobre como o idoso é visto atualmente, para mais tarde, tratarmos as estratégias para lidar com tais situações
1.1 A velhice e sua experiência e sabedoria
Os idosos são reconhecidos como portadores de experiência de vida e conhecimento acumulado ao longo dos anos. Sua vivência pode ser valorizada em diferentes contextos, desde a família até o local de trabalho, como mentores e conselheiros.
Porém, nem sempre isso é valorizado sendo que os idosos enfrentam dificuldades, por exemplo, para se inserirem no mercado de trabalho, que muitas vezes limitam suas oportunidades de emprego e progressão na carreira.
Em primeiro lugar, a discriminação etária é uma barreira significativa. Muitos empregadores têm preconceitos em relação aos trabalhadores mais velhos, a despeito da bagagem de experiência que trazem. Isso se dá em virtude da associação feita entre o velho e a falta de energia, capacidade de aprendizado mais lenta ou resistência à mudança. Dessa forma nos deparamos com a geração de estereótipos negativos e na exclusão desses profissionais dos processos seletivos.
Em segundo lugar, a rápida evolução tecnológica também representa um desafio para os idosos no mercado de trabalho atual. Muitos empregos exigem habilidades digitais e conhecimentos tecnológicos avançados, o que pode ser um obstáculo para os trabalhadores mais velhos que não cresceram em um ambiente digital. Além disso, a falta de acesso a treinamentos e programas de atualização também contribui para essa lacuna de habilidades, dificultando a inserção desses profissionais em setores que demandam competências tecnológicas.
Em terceiro lugar, a falta de oportunidades de emprego adequadas para os idosos é outra dificuldade enfrentada. Muitas vezes, os empregos disponíveis para eles são precários, mal remunerados e subqualificados, o que não valoriza a experiência e o conhecimento acumulados ao longo dos anos. Sendo assim, essa falta de oportunidades condizentes com a capacidade e a expertise dos idosos resulta em subutilização de talentos e afeta negativamente sua qualidade de vida e bem-estar financeiro.
1.2 A velhice e sua atividade e vitalidade
Apesar das dificuldades relativas ao bom posicionamento do idoso no mercado de trabalho, a ideia de que a velhice é sinônimo de inatividade está sendo questionada. Muitos idosos estão levando vidas ativas e saudáveis, envolvendo-se em atividades físicas, intelectuais e sociais. Assim, a expectativa de uma vida longa e saudável está mudando a percepção sobre o envelhecimento.
1.3 A velhice e sua contribuição social
Os idosos desempenham um papel importante nas comunidades. Como voluntários, líderes comunitários ou cuidadores familiares, eles atuam como agentes de mudança e contribuintes para o bem-estar da sociedade.
1.3.1 A convivência entre velhos e jovens
Não apenas com o intuito de ampliar a discussão sobre um envelhecimento com qualidade, mas para encararmos questões sociais delicadas, abordaremos alguns pontos relativos às relações intergeracionais.
Diferentes gerações podem aprender umas com as outras, sendo que o compartilhamento de conhecimentos, habilidades e perspectivas de vida é fundamental.
Além disso, a convivência entre diferentes faixas etárias pode proporcionar apoio emocional e uma sensação de pertencimento, reduzindo o isolamento social e a solidão em todas as idades.
As relações intergeracionais promovem habilidades sociais, como empatia, tolerância, respeito e compreensão mútua bem como o desenvolvimento social de forma ampla.
Portanto, o convívio próximo entre gerações pode desafiar e quebrar estereótipos negativos e preconceitos, melhorando a percepção e o respeito mútuo.
1.3.2 As relações intergeracionais na família e na comunidade
Essas relações estão presentes tanto no contexto familiar como no contexto comunitário e institucional.
No contexto familiar, há que se ressaltar as relações avós-netos nas quais o papel dos avós figura como a de apoio e referência na vida das crianças. Além de transmitirem valores familiares e fornecer cuidados, desempenham um papel importante na transmissão de conhecimento intergeracional.
Ainda no contexto familiar, nota-se a presença das famílias multigeracionais, nas quais diferentes gerações compartilham o mesmo espaço, recursos e responsabilidades e ainda, observa-se a promoção de apoio mútuo e fortalecimento dos laços familiares.
No contexto comunitário e institucional, programas intergeracionais podem incentivar a interação entre idosos e jovens. Assim, tanto em escolas e centros comunitários, como em instituições de cuidados para idosos, esses programas podem fomentar um bom convívio entre gerações. Dessa forma, a prática de atividades conjuntas tais como a leitura, projetos de voluntariado e intercâmbio de habilidades, podem dar bons frutos.
No entanto, é imprescindível a garantia do acesso a serviços e programas dessa natureza. Não apenas devemos cobrar dos governantes a criação de espaços amigáveis para todas as idades, mas também a garantia de acesso a eles com transporte e oportunidades de participação cívica.
1.3.3 Desafios da Velhice na sociedade
Apesar de muitas mudanças positivas, é importante reconhecer que ainda existem estereótipos negativos e desafios associados à velhice. Além daqueles relacionados à inserção do idoso no mercado de trabalho, nos deparamos com alguns idosos enfrentando discriminação, marginalização ou sendo tratados de forma condescendente.
A valorização da diversidade e o combate ao ageísmo são aspectos cruciais para uma visão mais justa e inclusiva do envelhecimento.
Para isso, é fundamental promover uma imagem positiva e respeitosa do idoso, incentivando o diálogo intergeracional, a valorização das experiências individuais e a promoção de políticas e práticas que garantam o respeito, a dignidade e a inclusão dos idosos em todas as esferas da sociedade.
2. Um envelhecimento com qualidade demanda atitudes individuais
Como se viu, os desafios da velhice são muitos, no entanto, no entanto é mais fácil superá-los com a devida atenção a alguns
um velho tem muitos desafios a enfrentar, porém, eles podem ser superados mais facilmente se prestarmos atenção a aspectos como:
2.1 Alimentação balanceada:
Uma alimentação saudável e balanceada desempenha um papel fundamental no envelhecimento de qualidade. Sendo assim, priorize uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. Evite alimentos processados, açúcar refinado e gorduras trans. Mantenha-se hidratado(a) e controle o consumo de álcool. Aliás, uma dieta nutritiva fortalece o sistema imunológico, melhora a saúde cardiovascular e fornece os nutrientes necessários para um envelhecimento saudável.
2.2 Exercícios regulares
A prática regular de atividade física é essencial para o envelhecimento de qualidade. No entanto, escolha exercícios que sejam adequados ao seu nível de condicionamento físico e interesses pessoais. Isso pode incluir caminhadas, natação, ioga, musculação ou dança. Exercícios funcionais como pilates também são adequados. Os exercícios ajudam a fortalecer os músculos e ossos, melhoram a saúde cardiovascular, promovem a flexibilidade e auxiliam no controle do peso. Além disso, a atividade física também contribui para uma boa saúde mental, ajudando a reduzir o estresse e melhorar o humor.
2.3 Estimulação cognitiva
Mantenha seu cérebro ativo e estimulado para um envelhecimento saudável. Participe de atividades que desafiem suas habilidades cognitivas, como leitura, jogos de tabuleiro, palavras cruzadas, aprendizado de novas habilidades ou instrumentos musicais. Certamente, estimular o cérebro ajuda a preservar a memória, a concentração e a função cognitiva em geral.
2.4 Gerenciamento do estresse
O estresse crônico pode ter um impacto negativo na saúde e no bem-estar durante o processo de envelhecimento. Portanto, encontre maneiras saudáveis de lidar com o estresse, como a prática de técnicas de relaxamento, meditação, ioga ou hobbies que proporcionem prazer e alívio. Em todo caso, se necessário, busque o apoio de familiares, amigos ou profissionais de saúde.
2.5 Relacionamentos sociais e apoio emocional
Manter conexões sociais significativas é fundamental para um envelhecimento de qualidade. Assim, cultive relacionamentos saudáveis com amigos, familiares e comunidade. Participe de atividades sociais, grupos de interesse e voluntariado. O apoio emocional e o senso de pertencimento são importantes para o bem-estar mental e emocional à medida que envelhecemos.
2.6 Sono adequado
O sono desempenha um papel crucial na saúde e no envelhecimento. Estabeleça uma rotina de sono regular e, sobretudo, crie um ambiente propício para o descanso. A falta de sono adequado pode levar a problemas de saúde, como fadiga, comprometimento cognitivo e enfraquecimento do sistema imunológico, ao passo que, dormir de 7 a 8 horas por noite e adotar hábitos saudáveis de sono, pode evitar muitos problemas.
Conclusão:
Envelhecer com qualidade envolve cuidar do corpo e da mente, adotando um estilo de vida saudável e engajando-se em atividades que promovam o bem-estar físico, mental e emocional. Com uma alimentação balanceada, exercícios regulares, estimulação cognitiva, gerenciamento do estresse, relacionamentos sociais e sono adequado, é possível desfrutar de um envelhecimento saudável e uma qualidade de vida plena. Lembre-se de que nunca é tarde demais para começar a implementar essas mudanças positivas em sua vida e aproveitar os benefícios ao longo dos anos.
Palavras-chave: Envelhecimento com qualidade; velhice
Escrito por Rosilene Dias Pimenta – Bacharel em Filosofia pela UnB